Bom, Ruim, Assim Assim
Pedro Bial
Composição: Pedro Bial
Quer saber de uma coisa? Tudo pode ser bom, ruim e principalmente assim assim
Tudo ao mesmo tempo ou não, e não necessariamente nessa ordem
Bom é chegar na praia à tardinha, anuncio de por de Sol, a água de ondas mansinhas
Jogar bola na espuma e sob o céu encaixa como se fora Tafaréu.
É bom também quando começa a chover
E as gotas fazem cócegas na superfície do mar
Como se um cardume infinito prometesse matar a fome
De todo o Vidigal, Rocinha, Cidade de Deus e Vigário Geral.
Ruim é lembrar daquele amigo que de prancha na mão
Morreu de um beijo roubado de um raio, da lembrança a correria,
O medo… o medo… medo é bom, ruim é o medo de ter medo!
A bola vai pra fora e como na crônica de Rubem Braga sobra pra você
Que mata no peito faz embaixadinha e devolve redondo… num chute perfeito
Ruim é a fisgada na coxa sair mancando disfarçadamente…
A vergonha de ta decadente não é ruim,
É bom a cidade estranha em que você nunca esteve e sabe que nunca mais vai voltar
E nesse lugar você tem uma obrigação sem graça que cumpre com estilo e precisão
Traçando um dia perfeito no arco do tempo
Ruim é não ter saudade!
Pensando no que você fez da sua vida e no que a vida fez em você
Bom é sonhar… realizar não é tão bom, mas ruim mesmo é não realizar
Bom é amar, ruim é amar… Bom é encarar a vida com fantasia.
Quando um poeta desaparece é bom colocar chapéu de Bogar que tudo pode solucionar…
Ruim é encontrar o precipício, morrer não deve ser tão ruim assim…
E pode ser bom falar sobre bom e ruim, e pode ser pior assim assim … bom!